O blog vê-se obrigado, diante da tragédia que se abateu sobre o estado do Rio de Janeiro recentemente, a interromper o silêncio não deliberado a que havia se submetido. E nos manifestamos da forma que melhor sabemos nos expressar: através de imagens, que já nos dizem tudo.
Agora resta saber que consequências tal evento terá nas próximas eleições – não apenas a deste ano, mas também as municipais, que serão em 2012. Isso porque vivemos sob o mesmo governo há mais de duas décadas – não se deve esquecer que entre eleição e reeleições, o atual prefeito também fez seu sucessor, João Sampaio, e cedeu espaço a Godofredo Pinto, seu vice em outra ocasião, em que decidiu concorrer à governadoria do estado.
Enquanto o prefeito Jorge Roberto Silveira deu preferência à construção de museus, muitos dos quais inacabados, pouco se fez quanto à ocupação desordenada das encostas da cidade, que viveu um processo de favelização sem precedentes – enquanto que o Censo de 200 do IBGE apontava que na cidade havia 43 favelas, em 2008, o município já apontava algo em torno de 130. Todas surgidas ao arrepio da legislação e da fiscalização.
Mas as pessoas não decidem construir em encostas, comprometendo sua própria segurança porque lá a vista é melhor ou porque gostam de correr riscos etc. Isso se dá pelo simples fato de que não há política habitacional séria no Brasil, que dirá em Niterói. Há aqui, isso sim, política habitacional para a classe média e alta, haja vista o sem número de prédios que foram construídos em Niterói nesses últimos anos, sem que houvesse o devido acompanhamento em investimentos na infraestrutura da cidade.
Enquanto isso vemos as desastrosas declarações de nossso prefeito na imprensa, buscando deixar claro que ele não pode ser responsabilizado por tal tragédia, eis que imprevisível. Afinal, chiva forte, combinada à falta de acompanhamento da prefeitura são ambos eventos da natureza, sem qualquer relação com o homem.
Por fim, espero que a louvável mobilização da população fluminense para ajudar os desabrigados da chuva não se converta em um evento para angariar votos da população necessitada. Posso falar isso porque como voluntário nessa tarefa aqui perto de casa, pude presenciar tentativas nesse sentido, que, graças a Deus não se concretizaram – ou pelo menos não se perpetuaram.
Essa tragédia há de ser respondida pela população nas urnas. Assim espero.
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