quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Papel e mais papel...

 
Prova fática do estado em que se encontra a minha prateleira.

De certo modo, eu atraio papel, mesmo quando não quero. Aliás, na maioria das vezes realmente não os quero. Inexplicavelmente, entulham-se aos montes ao meu redor. E em geral, não são muito importantes não, mas também não consigo desfazer-me deles; a prateleira sobre a minha cama está entulhada de papéis. São coisas desde o primeiro período da faculdade, junto a outros papéis ainda do tempo do colégio, além de cadernos, revistas, santinhos, documentos inúteis – aqueles que você é obrigado a ter três cópias apenas pra descobrir que vai voltar com duas pra casa – etc.

Ainda que minha mãe odeie aqueles papéis e reclame comigo o tempo todo, persistindo na ideia de que eu deveria arrumar a maldita prateleira, não consigo dar cabo deles. Algum sentimento me impede, um remorso, ou uma culpa cristã talvez, não sei ao certo. Muitos deles eu nunca mais li em minha vida, mas fica sempre aquela sensação de que um dia precisarei de um deles, seja por causa dos estudos – minhas anotações dos primórdios da faculdade –, ou porque naquela velha papelada encontrarei um dia alguma informação que, a seu tempo não valia tanto, mas que hoje poderia mudar minha vida, ou, ainda, apenas pelo valor histórico, sei lá, já que jazem há tanto tempo naquela prateleira – depois de um tempo, deve acabar valendo alguma coisa.

Mas a grande questão é que a dita prateleira reúne tantos papéis, das mais diversas origens, que mesmo que eu queira, não saberia nem por onde começar a procurar. Aliás, no dia em que algum daqueles papéis for de fato imprescindível a alguma coisa, nem lembrarei que ele está por lá, e tratarei de obter outro, imaginando que não o possuo.

Por isso mesmo esse post de hoje será um pouco diferente. Não será apenas digital, mas se perpetuará no mundo físico. Eu tratarei de imprimi-lo e levá-lo direto para minha prateleira, só pra fazer um pouco mais de peso. E assim, sempre que abrir esse blog lembrarei-me da urgência em arrumar aquela maldita prateleira...

Temo pelo dia em que aquela prateleira se inconformar com a inutilidade daqueles papéis e não suportar mais o peso sobre ela; aí sim eu, obrigado pelas circunstâncias, finalmente terei que me desfazer dos papéis... se sobreviver à queda.

Um comentário:

  1. Passo pela mesma coisa, só que a prateleira, graças a Deus, não fica em cima da minha cabeça! =D

    ResponderExcluir